sábado, 31 de março de 2012

Cinema e Literatura: Escritores da Liberdade


                                   







  "ESCRITORES DA LIBERDADE": 
pequena resenha sobre o filme 



           O filme "Escritores da Liberdade" (Freedom Writers, EUA, 2007) aborda, de uma forma comovente e instigante, o desafio da educação em um contexto social problemático e violento. Tal filme se inicia com uma jovem professora, Erin (interpretada por Hilary Swank), que entra como novata em uma instituição de "ensino médio", a fim de lecionar Língua Inglesa e Literatura para uma turma de adolescentes considerados "turbulentos", inclusive envolvidos com gangues.


          Ao perceber os grandes problemas enfrentados por tais estudantes, a professora Erin resolve adotar novos métodos de ensino, ainda que sem a concordância da diretora do colégio. Para isso, a educadora entregou aos seus alunos um caderno para que escrevessem, diariamente, sobre aspectos de suas próprias vidas, desde conflitos internos até problemas familiares. Ademais, a professora indicou a leitura de diferentes obras sobre episódios cruciais da humanidade, como o célebre livro "O Diário de Anne Frank", com o objetivo de que os alunos percebessem a necessidade de tolerância mútua, sem a qual muitas barbáries ocorreram e ainda podem se perpetrar.



        Com o passar do tempo, os alunos vão se engajando em seus escritos nos diários e, trocando experiências de vida, passam a conviver de forma mais tolerante, superando entraves em suas próprias rotinas. Assim, eles reuniram seus diários em um livro, que foi publicado nos Estados Unidos em 1999, após uma série de dificuldades. É claro que projetos inovadores como esse, em se tratando de estabelecimentos de ensino com poucos recursos, enfrentam diversos obstáculos, desde a burocracia até a resistência aos novos paradigmas pedagógicos. Em países como o  Brasil, então, as dificuldades são imensas, mas superáveis, se houver engajamento e esforços próprios.


       Nesse sentido, o filme "Escritores da Liberdade" merece ser visto com apreço, sobretudo pela sua ênfase no papel da educação como mecanismo de transformações individuais e comunitárias. Com essas considerações, vê-se que a educação tem um papel indispensável no implemento de novas realidades sociais, a partir da conscientização de cada ser humano como artífice de possíveis avanços em sua própria vida e, principalmente, em sua comunidade. 


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Segue o trailer do filme:



Artigo publicado por Juliana S. Valis, escrito também no link:
http://www.recantodasletras.com.br/escrivaninha/publicacoes/editor.php?acao=ler&idt=641978&rasc=0


Artigo: Educação e Inclusão Digital




A EDUCAÇÃO BRASILEIRA E INCLUSÃO DIGITAL:
BREVES CONSIDERAÇÕES NA ATUALIDADE




                Como fator imprescindível ao desenvolvimento sócio-econômico e político de um país, a educação é um dos direitos fundamentais dos indivíduos e dever intrínseco ao Estado. Nesse sentido, a Constituição Brasileira de 1988 estabeleceu, em seu artigo 205, parâmetros educacionais que enfatizassem o preparo das pessoas para o exercício da cidadania e as qualificações para o trabalho. Concretizar esses preceitos constitucionais, entretanto, é tarefa árdua diante dos inúmeros problemas que se interpõem no âmbito da educação brasileira. Em tal perspectiva, a inclusão digital nos diferentes níveis de ensino, como mecanismo de qualificação dos métodos pedagógicos, constitui um grande desafio tanto para os órgãos estatais quanto para as organizações não-governamentais engajadas.

              Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2007, o número de usuários da Internet no país corresponde a cerca de 32,1 milhões de indivíduos, cifra essa equivalente a apenas 21% da população brasileira maior de dez anos de idade. Ainda conforme estudos atuais realizados pelo IBGE, apenas um terço dos estudantes brasileiros têm acesso à Internet. E, dentre tais estudantes, apenas 18% utilizam computadores em estabelecimentos de ensino. Essas estatísticas demonstram que a inclusão digital no Brasil e, mais especificamente no âmbito educativo, demanda políticas públicas direcionadas ao aparelhamento tecnológico nos diferentes níveis de ensino, como forma de aprimorar a qualidade dos processos pedagógicos.

             Desde que a informática, portanto, seja utilizada em prol de aperfeiçoamentos no ensino brasileiro, mormente no setor público, a inclusão digital de milhões de estudantes deve ser realizada a partir de projetos viáveis e exeqüíveis, de acordo com as características sociais e econômicas de cada região do país. É indispensável que se implementem estudos prévios sobre as necessidades das escolas em cada município brasileiro, com o escopo de informatizá-las eficazmente. Nesse sentido, vem sendo desenvolvido pela Casa Civil, com auxílio do Ministério das Comunicações, o Programa Brasileiro de Inclusão Digital, que pretende atender às diferentes áreas sociais, por meio de instalações de “telecentros” (centros de informática) em diversos municípios. O próprio Ministério da Educação, nessa perspectiva, deve coordenar projetos de inclusão digital nos diferentes níveis de ensino, a fim de dinamizá-los, sob a égide da Lei de Diretrizes e Bases Educacionais (Lei 9.394/1996).


               No Brasil, grupos comunitários e organizações não-governamentais  têm trabalhado em prol da inclusão digital de crianças, jovens e adultos, por meio de múltiplos cursos e atividades. Nesse sentido, destacam-se, por exemplo, projetos como o da “Educação Digital”, desenvolvido pelo grupo “Moradia e Cidadania”, em diferentes estados brasileiros, com o escopo de propiciar o ensino da informática em várias comunidades, com o auxílio de professores voluntários.
             
                Ressalte-se, portanto, que a inclusão digital no Brasil deve ser aprimorada em âmbito pedagógico, a partir de trabalhos coordenados entre entidades estatais e organizações civis, de modo a integrarem milhões de pessoas às novas tecnologias de ensino. A educação, enfim, edifica-se como requisito proficuamente indispensável à efetividade do desenvolvimento humano e nacional.


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            Artigo escrito por Juliana S. Valis publicado em:


http://www.recantodasletras.com.br/escrivaninha/publicacoes/editor.php?acao=ler&idt=549834&rasc=0 
                                                              

Estilo Literário - Fernando Pessoa


 Estilo literário - Fernando Pessoa

 


     O poeta Fernando Pessoa (1888-1935) é considerado um dos maiores expoentes da literatura em Língua Portuguesa. Adotou, em suas várias composições, diferentes heterônimos, como "Álvaro de Campos", "Alberto Caeiro" e "Ricardo Reis". Tais heterônimos estão relacionados a estilos literários próprios, como se um mesmo poeta se "desdobrasse" em distintas perspectivas de expressão e criatividade. Álvaro de Campos, por exemplo, possuía como características precípuas a irreverência modernista, a profundidade e o lirismo livre de quaisquer convenções. Ressalte-se, ademais, a grande habilidade do autor em descrever emoções e sentimentos humanos, como se vê pela estrofe a seguir:



"Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio, muitas vezes, ao sair
Das próprias sensações que eu recebo."




      Inúmeros outros poemas denotam um estilo literário pautado pela profundidade de abordagem, em que o conteúdo humano se funde a questionamentos metafísicos, como ocorre no poema "Tabacaria", considerado um dos melhores de Fernando Pessoa. Nos quatro primeiros versos do aludido poema, já se vislumbra um caráter de perquirição filosófica que se imiscui, liricamente, nas antinomias entre a realidade externa e os próprios anseios da alma:




"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte disso tenho em mim todos os sonhos do mundo."





        Em seguida, no poema supracitado, o autor descreve a "tempestade lírica" de seus devaneios entre o universo exterior e seu mundo interno, pautando-se não apenas na dicotomia "objetividade e subjetividade", mas nas lídimas sensações humanas, entre o concreto e o metafísico. Esse estilo também está presente em muitos outros poemas, como o "Lisbon Revisited"(1925), no qual o autor descreve um amplo "acervo de sensações" relativamente ao lugar onde viveu (Lisboa).



      Para conhecer melhor a vida e a extensa obra de Fernando Pessoa, constituída de uma longa lista de excelentes poemas, pode-se acessar os seguintes sites:




http://www.revista.agulha.nom.br/pessoa.html



http://www.insite.com.br/art/pessoa/



http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Pessoa



http://www.artemusical.com/fp/